terça-feira, 21 de setembro de 2010

Pelo diploma de Jornalismo

Paulo Fernando dos Santos – Paulão

Ontem, 17, completou um ano que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou, por maioria, a exigência do diploma em curso superior de Jornalismo como requisito para o exercício da profissão. A decisão foi um duro golpe para a categoria dos jornalistas e, com ela, desobrigou as empresas de contratarem profissionais com diploma para o seu quadro funcional.
A notícia repercutiu muito mal na sociedade, nos veículos de comunicação e universidades, mostrando que a atitude foi um retrocesso na sociedade numa época em que tanto se valoriza especialização e capacidade para se exercer uma profissão.
Essa decisão do STF não foi para defender a liberdade de expressão como querem fazer acreditar o ministro Gilmar Mendes e os que defendem a proposta, como disse o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Sérgio Murilo.
Todos sabem disso. A campanha da derrubada do diploma vinha sendo orquestrada há muito tempo. O jornal Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, as organizações Globo e outros assemelhados sempre tiveram essa pretensão, com o objetivo de enfraquecer uma categoria que sempre foi forte e lutadora, responsável, em grande parte, pela democratização do País.
Essa decisão da não obrigatoriedade do diploma causou indignação na sociedade e mostra desrespeito e desvalorização da profissão e ao diploma de jornalismo e àqueles que dedicaram seus anos de estudo ao aprimoramento e à profissão. Quero dizer que estou solidário com toda a categoria, desejando que essa decisão seja revertida.
Em nota oficial, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) observa que práticas de censura e cerceamento à livre circulação de informações e ideias são corriqueiras nos grandes veículos quando afetam os interesses econômicos e políticos dos donos da mídia.
Ontem, protestos em todo o país marcaram a data, expressando o desejo de que o Congresso Nacional repare este equívoco, restabelecendo a exigência do diploma como elemento fundamental para assegurar à sociedade o direito à informação de qualidade e às liberdades de imprensa e de expressão.
Como disse na nota oficial a direção da Fenaj, “ao dar guarida aos argumentos de entidades patronais de comunicação, o STF desobstruiu ainda mais o caminho para o grande empresariado do setor prosseguir precarizando as relações de trabalho, em nome de uma liberdade de imprensa e de expressão que os barões da mídia só defendem quando lhes interessa”.
Em Alagoas, para marcar a data, além de publicar nota de protesto nos jornais cobrando a aprovação da PEC 386 e conceder entrevistas a diversos meios de comunicação, o Sindicato da categoria visitou a Assembleia Legislativa, para cobrar dos parlamentares agilidade na aprovação de um projeto de lei que a exigência de diploma na contratação de jornalistas nos poderes Executivo e Legislativo.
Hoje, 18, a abertura do Congresso Estadual dos Jornalistas, em Palmeira dos Índios, será um ato simbólico em defesa do diploma. Segundo a categoria, não há porque impedir a definição de requisitos para o exercício qualificado e ético da profissão. Que todos se mantenham mobilizados para mais esse enfrentamento. Vamos à luta!

Postado em: 18/06/10 09:14    [ 0 comentários ] [ indi

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