terça-feira, 21 de setembro de 2010

Enchente e destruição

Paulo Fernando dos Santos (Paulão)

Tive a oportunidade de percorrer as cidades de União dos Palmares e Santana do Mundaú, na segunda-feira, depois da enchente que provocou muito estrago em Pernambuco e aqui em Alagoas. Fui prestar solidariedade aos amigos e um pouco de calor humano para aquelas pessoas que estão sofrendo todo tipo de dificuldade. O cenário é de uma guerra e a gente só tem a lastimar tudo isso.
Segundo os meteorologistas, em Recife (PE), choveu o equivalente a 455,8 mm entre quarta (16) e sexta-feira (18), sendo que o previsto para todo o mês de junho era de 369,2 mm. Na zona da Zona da Mata de Alagoas, em três dias houve registro de 180 mm de chuva, quando a média histórica para o mês é de 150 mm.
Esse ano, tudo indica, o inverno vai ser mais rigoroso. O agravante disso tudo é que, com o passar dos anos, devido aos maus-tratos que o meio ambiente vem sofrendo, com o assoreamento dos rios, poluição e desmatamento, a tendência é a de que as cheias sejam maiores a cada ano que passa.
É bom lembrar que em 1969 houve uma grande enchente, provocada por uma tromba d’água que quase acabou com a cidade de São José da Laje, quando morreram 1.200 pessoas, segundo relatos dos sobreviventes e de pessoas que vivenciaram o episódio.
Aquela catástrofe que dizimou cenários e pessoas naquele município tinha sido a pior por ter acontecido numa madrugada, quando pessoas dormiam; outras celebravam o padroeiro da cidade, São José.
Vieram outras cheias e em 1989 aconteceu uma de grandes proporções deixando centenas de pessoas desabrigadas em todos os municípios por onde o rio passa. Nessa enchente acontecida dia 18 de junho último, o cenário de destruição e devastação é de deixar qualquer um estarrecido e perplexo, tal o estrago que causou às populações e às cidades ribeirinhas.
O governo federal, sensível com a tragédia dos dois estados, visitou a área atingida e num período de menos de uma semana seis ministros compareceram in loco para ver os prejuízos. O secretário particular da Presidência, Gilberto Carvalho, está participando e acompanhando o trabalho que está sendo feito em Alagoas.
O presidente Lula liberou recursos para a compra de alimentos e itens emergenciais, necessários em situações como essa e para a construção de casas em locais seguros e livre de inundações.
É necessário um novo foco para a recuperação de cada cidade, com planejamento estratégico, definindo como prioridade o Comitê de Baias, respeitando o meio ambiente, construindo moradias em locais fora do risco.
A ajuda e a solidariedade das pessoas estão vindo de toda parte. É bom destacar a rede de solidariedade que se formou no País e até do exterior. Se não fosse o espírito de solidariedade do povo fazendo uma corrente de amigos, a proporção da catástrofe seria maior.

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